sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Zen de academia

A Secretaria agora está com uma política de valorização do caléga. Traduzindo: nós temos um salário de fome sem reajuste há 13 anos - corrijo... ganhamos um suuper reajuste do tio Serra: entre 100 e 200 reaizinhos por 13 anos sem aumento – mas temos tai chi chuan de manhãzinha e teatrinho vez ou outra sobre temas pé no saco, ou melhor, politicamente corretos.

Ontem tomei meu café no refeitório e quando saí tinha alguns calégas de saltinho e calça social + terninho fazendo seus movimentos de tai chi ao som de algum cd de banca de jornal new age.

Aí eu fico pensando se alguém se encontra praticando tai chi, ioga, meditação e todas essas coisas estilo karma-cola. Olha, eu só vejo artista-é-o-caralho fazendo essas coisas na revista Caras e dizendo que sua vida mudou depois das práticas, que voltou da Índia apaziguado, que acende incenso e coloca musiquinha dos aborígenes tchambuli da Nova Guiné para conhecer a si mesmo. Essa gente tenta esvaziar a cabeça pra meditar... esvaziar o quê, se lá dentro só tem vento?

Nada contra ioga e tai chi. Eu adoro tai chi. Mas só isso não garante a paz de espírito de ninguém... no máximo um corpinho mais sarado e mais calminho. Ninguém vai descobrir o sentido do universo só assim. Ou alguém aí consegue imaginar Spinoza de pijaminha de seda e musiquinha chinesa nos campos holandeses?

Um comentário:

Fernando Martins disse...

Não se espante se seus queridissimos colegas disserem 'Namastê' quando passarem por voce. ;)