No começo tinha ataques cada vez que via uma delas. Ou seja, quase todos os dias. Até perceber que sempre tinha algúm caléga que me dizia:

"Mas é apenas uma baratinha!"
Como assim? Não existe "apenas uma baratinha". Barata é barata: motivo para gritos, desespero, automutilação (agora é junto?). Pensei na época se não seriam elas a razão para o alto índice de loucura e suicídios no prédio. Mas meus calégas nem se importavam com elas. Alguns até se afeiçoam aos bichinhos. Só faltava trazer um aquário de casa e criar uma fazendinha de baratas.
Então eles - já especialistas nas pequenas - me explicaram que aquelas eram "baratinhas de papel" e nem eram sujinhas. Explico: são baratinhas que se criam no meio de tanta papelada acumulada, e morrem aí mesmo. Algumas são até albinas (depois de tantas gerações sem ver a luz do sol? O próximo passo é... nascer sem olhos, como os peixes abissais?), a coisa mais nojenta que já vi.
Mas fizeram uma reforma na minha sala e jogaram fora as antigas mesas de madeira. Então descubro também que as baratinhas gostam mais dos móveis antigos, porque são mais quentes (?). E com eles, boa parte das baratinhas foram embora. Encontrei a primeira semana passada, depois de 5 meses de mudança.
Mas teve caléga aqui que ficou solitário que só vendo...
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário