Se tem uma coisa que me dá vontade de sair correndo, são os conselhos sábios de pessoas que acham que têm um dom inato para a psicologia. Não se engane: elas povoam o mundo. Geralmente são mulheres. Mas nenhuma delas completou sequer um semestre na faculdade de psicologia (aliás, já perceberam que gente louca adora fazer psicologia? Para tentar entender a própria loucura, talvez? Não posso falar muito... eu pensava muito em seguir essa profissão aos 12 anos).
Lá está você, desarmada e com algum problema sério que não se sente capaz de resolver sozinha. Então conta para a primeira pessoa disposta a ouvir. Olhe... os psicólogos paraguaios estão SEMPRE loucos para ouvir alguém e demonstrar suas aptidões. Então você faz a besteira: abre a boca. Fala mais do que devia.
O outro assume então uma voz suave, quase rouca. Isso é o sinal de que ela acha que tem o controle da situação, entende a tua situação melhor do que você e que vai dar um conselho infalível. Se você olhar para ele nesse momento, verá que o seu semblante é grave, sobrancelhas erguidas e olhos semi-cerrados (com ou sem hífen?): um sábio macaqueado. Então começa a falar. Mas você acha que a pessoa está do seu lado? Nem sempre. Como bom psicólogo, ela tentará fazê-lo enxergar os próprios erros. Talvez fale um pouco da Bíblia (e aí ferrou tudo). E no fim dirá o que tem que fazer. Não adianta interromper ou retrucar. Afinal, o desequilibrado no momento é você. O jeito é fazer uma expressão triste de compreensão, mostrar-se tranquilo e sair de fininho.
Eu sou uma pessoa que escuta as outras, juro! E penso sempre que posso estar avaliando tudo de forma errada, contaminada pelas minhas emoções. Até seguia os conselhos. E sabe o que descobri? Que na maioria das vezes essas pessoas só falam MERDA.
É necessário distinguí-los de pessoas que dão um conselho por que têm alguma experiência de vida e passaram por situações parecidas. Essas não tentam impor a própria opinião. Elas se solidarizam, às vezes contam a própria história, dão conselhos discretos. Mas os psicólogos paraguaios... esses caçam pessoas tristes para jorrar a sua visão de mundo (que nem sempre serve para todos). Até fazem isso com a intenção de ajudar... mas com o tempo tornam-se arrogantes e se "profissionalizam": dão conselhos a torto e a direito.
Voltei a pensar sozinha e disfarçar até mesmo a própria tristeza ou carinha preocupada para não atraí-los. Da mesma forma que fazia quando era mais nova, de brincadeira: carregava uma mala pesada e tentava fazer cara e pose de paisagem, como se aquilo estivesse cheio de algodão seco. Ninguém se dispunha a ajudar, mas também ninguém enchia o saco.
Lá está você, desarmada e com algum problema sério que não se sente capaz de resolver sozinha. Então conta para a primeira pessoa disposta a ouvir. Olhe... os psicólogos paraguaios estão SEMPRE loucos para ouvir alguém e demonstrar suas aptidões. Então você faz a besteira: abre a boca. Fala mais do que devia.
O outro assume então uma voz suave, quase rouca. Isso é o sinal de que ela acha que tem o controle da situação, entende a tua situação melhor do que você e que vai dar um conselho infalível. Se você olhar para ele nesse momento, verá que o seu semblante é grave, sobrancelhas erguidas e olhos semi-cerrados (com ou sem hífen?): um sábio macaqueado. Então começa a falar. Mas você acha que a pessoa está do seu lado? Nem sempre. Como bom psicólogo, ela tentará fazê-lo enxergar os próprios erros. Talvez fale um pouco da Bíblia (e aí ferrou tudo). E no fim dirá o que tem que fazer. Não adianta interromper ou retrucar. Afinal, o desequilibrado no momento é você. O jeito é fazer uma expressão triste de compreensão, mostrar-se tranquilo e sair de fininho.
Eu sou uma pessoa que escuta as outras, juro! E penso sempre que posso estar avaliando tudo de forma errada, contaminada pelas minhas emoções. Até seguia os conselhos. E sabe o que descobri? Que na maioria das vezes essas pessoas só falam MERDA.
É necessário distinguí-los de pessoas que dão um conselho por que têm alguma experiência de vida e passaram por situações parecidas. Essas não tentam impor a própria opinião. Elas se solidarizam, às vezes contam a própria história, dão conselhos discretos. Mas os psicólogos paraguaios... esses caçam pessoas tristes para jorrar a sua visão de mundo (que nem sempre serve para todos). Até fazem isso com a intenção de ajudar... mas com o tempo tornam-se arrogantes e se "profissionalizam": dão conselhos a torto e a direito.
Voltei a pensar sozinha e disfarçar até mesmo a própria tristeza ou carinha preocupada para não atraí-los. Da mesma forma que fazia quando era mais nova, de brincadeira: carregava uma mala pesada e tentava fazer cara e pose de paisagem, como se aquilo estivesse cheio de algodão seco. Ninguém se dispunha a ajudar, mas também ninguém enchia o saco.
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