terça-feira, 28 de julho de 2009

Fiz as pazes com a USP

Ontem fui à USP buscar meu diploma. Depois de quase dois anos, diga-se de passagem. Saí de lá com raiva de tanto intelectualismo sem objetivo e porque não consegui puxar o saco de nenhum professor.
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Mas ontem, quando entrei no prédio do meio e senti o velho cheiro de mofo, quase chorei. Porque ontem eu estava num dia feliz e emocionadinho. Peguei meu diploma, pronto desde maio do ano passado e sentei num banco para babar nele. Sim... ele é grande, com caligrafia feita à mão e tem o brasão da USP. Imediatamente esqueci que minha faculdade até hoje não me rendeu muitos reaizinhos e liguei imediatamente para a minha mãe: "Mãaaaae, meu diploma é liiiiiiiiindo!". Época de férias, quase ninguém pelos corredores. Então um segurança se virou pro outro e perguntou: "E aí, Pereira... você tem algum amigo viado?". Decidi ir pra biblioteca.
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Encontrei lá os vários volumes de O Ramo de Ouro, um clássico da Antropologia. E eu, boba, quase chorei de novo por ter abandonado tais livros. O primeiro volume sobre magia e religião me deixou em êxtase. Vontade de jogar todos os livros do CACD num canto e passar a semana lendo sobre magia, deus agonizante, tabus, espíritos do milho.

[aliás, já disse que antropólogo faz a macumba e mostra a tese, mas eu não me arrisco nessa brincadeira. Comecei a falar brincando que aprendi macumba na faculdade e o resultado foi esse, em apenas UMA semana: quase apanhei de uma mulher na rua, perdi um avião pra Vitória, levei um soco sem querer de uma amiga que me deixou a mandíbula roxa por uma semana, levei um tombo colossal na UFES em público e fiz a luz do Shopping Vitória acabar]
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Mas dessa vez minha visita foi especial, porque estava com meu namorado e ele é mais um fflchiano saudosista. Engraçado termos cruzado anonimamente por 4 anos pelos mesmos corredores e só agora, fora dali, nos entendermos. Ficamos sentados no banco relembrando os velhos tempos e fazendo planosInfelizmente ele decidiu colar grau só esse ano, e o diploma dele é uma coisinha colorida, tamanho A4 e mixuruca que só vendo. Segundo ele, parece certificado de cabeleireiro. É a FFLCH se profissionalizando... sabem que o diploma de Filosofia dele não servirá pra nada. Então o aluno já sai de lá com um ofício para começar a vida. Não é bárbaro?
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2 comentários:

Fernando Martins disse...

fiz um curso de RI (de 1 ano, aos sabados) na FFLCH, mas nao sinto tantos amores pela USP nao....
O que vc sentiu, eu senti qdo passo toda vez em frente ao Mackenzie... nossa, eh impressionante como aconteceu tanta coisa na tua vida durante a facu.

abs

Mademoiselle Taylor disse...

Que lindo ... gostei desse tb.