sexta-feira, 10 de julho de 2009

A diplomata

Funcionária pública, cientista social, diplomata wannabe, perua.

Funcionária pública porque o diploma de cientista social que a USP me deu não me serviu para um trabalho de verdade. E também porque gosto de ser folgada e não esquentar a cabeça com pró-atividade, metas e todas essas viadagens "made in Berrini". Meu dia é típico daquele funcionário público mítico: o ser que fica à toa o dia inteiro e vez ou outra carimba e numera páginas de um processo, dá informações erradas ao público ou empurra para outro funcionário público mais filho da mãe. Em breve farei isso em Botsuana e onde o Brasil tiver um posto do Ministério das Relações Exteriores.

Cientista social porque... sabe como é. A gente tem 17 anos, precisa escolher uma profissão e assistiu muitos filmes do Indiana Jones na infância. Aí decide ser antropóloga, pensa que vai pesquisar sistemas políticos tribais na Alta Birmânia e ter uma puta vida interessante. Depois de alguns anos, bombas na faculdade e desilusão, acabamos ficando desempregados e começamos a estudar para concursos públicos (os que não puxaram o saco de algum professor e não conseguiram uma bolsa) ou viramos motoristas de macumbeiro (os que conseguem um mestrado. Não se enganem: Antropologia no Brasil é limitada... é pesquisar índio, terreiro ou tribos urbanas). No meu caso, fiquei de saco cheio dos barbudinhos de esquerda, das meninas que pobres que não têm dinheiro pra comprar uma gilete pra depilar a perna e do sistema sexo-por-bolsa. Decidi não pisar mais na FFLCH (saudosa Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), tampouco no misterioso "prédio do meio", reduto dos anarco-mauricinhos das faculdades de Filosofia e Ciências Sociais.

Diplomata wannabe porque eu não quero carimbar processos e ganhar um salarinho de fome pelo resto da vida. Call me metida, mas fiz USP, néam. Eu tive noções de Política Internacional, Economia, Geografia e Gilberto Freyre na faculdade e aprendi a ler muito e com rapidez. Também curto a bibliografia gigantesca do CACD (Concurso de Admissão à Carreira Diplomática), mas estou seguindo num ritmo mais lento. Claro... eu devia estar estudando em vez de ficar aqui enchendo um blog de abobrinha, mas eu ainda quero evitar a fadiga. Meu projeto é a longo prazo. Quando me mudar pra Brasília (ano que vem), quem sabe eu levo à sério.

E perua... porque atóooron make e moda, amygas! Sei que isso está contra a corrente de cientistas sociais de pernas cabeludas e sainha hippie, mas já disse que estou de saco cheio daquela gente. Adoro creminhos, blushes e lenços. Gasto 1/3 do meu salário em perfumaria, mais 1/3 em roupas e o restante em livros. Mamãe-quero-ser-Audrey-Hepburn, que era phyna e inteligente!

Só não vou falar com detalhes que sou neurótica, depressiva e caipira porque isso vai ficar evidente daqui pra frente.
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